Em meados de 2007, eu morava em Dourados-Ms e já fazia uma porrada de
tempo que vendia meus fanzines pelos bares, mas eu era um fanzineiro frustrado.
Minha poesia não cumpria sua função primária, ou seja, não me agradava mais.
Foi nesse tempo que caiu na minha mão o Bagana na Chuva (romance do Mário
Bortolotto). Foi foda. Depois veio Plínio Marcos, Bukowski, Fante, Henry Miller, David Goods, Kerouac e os beats
todos... eu queria ser como eles, de modo que comecei a trabalhar nesse
sentido. Logo eu tinha meu primeiro livro, a novela “Só mais um, existem
tantos...” publicado através dum Fundo Municipal de Cultura. Ok, o próximo
passo era deixar os exemplares nas bancas de jornais, sebos e na única livraria
da cidade e esperar pela fama, a grana pintando, enfim, o sucesso. Porra
nenhuma, um mês depois e nenhum exemplar vendido. Voltei pros bares e os livros
foram saindo. Troquei conhaque por whisky, saí no jornal, fiquei famoso na
cidade, legal pra caralho. O caso é que depois de vender todos os exemplares e
torrar toda a grana, comecei um novo projeto, o livro de contos “Soneto em mim
menor para copos e cinzeiros”. Um novo edital e a certeza que meu projeto seria
aprovado, já que era de longe superior ao primeiro. Ledo engano. Me disseram o
seguinte:
“... ‘soneto em mim menor para copos e cinzeiros’
por não atender aos pressupostos teóricos da Teoria da Literatura e por
apresentar linguagem agressiva, pornográfica e que não contém poeticidade foi
por essa comissão rejeitado...”
(FIP – Fundo de Investimento à Produção Artística e
Cultural de Dourados)
É claro que fiquei puto, mas pô, num dava pra ficar
chorando, fiz uns corres e consegui uma grana pra produção independente e botei
esse trecho aí na contracapa do livro. Os donos da cultura não ficaram felizes.
Eles que se fodessem. Eu já tinha aprendido de que lado da calçada eu devia
caminhar. Foi assim que surgiu o selo BAR editora.
Sete anos se passaram, publiquei mais alguns
títulos meus e outros de amigos, novas parcerias se firmaram e hoje editamos o
Jornal Literário Elefante de Menta e estamos trabalhando na edição de novos
trampos e reedição de antigos.
Olá, Kleber. Não consegui te mandar um e-mail para receber o jornal. Por favor, escreva para fernandadumbra@uol.com.br para que eu possa te enviar meu endereço. Valeu muito. Beijo, Fernanda D´Umbra.
ResponderExcluirBeleza, Fernanda. Abraço
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