quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Escrevo por aqui a partir de hoje, o http://www.guardanapodebuteco.zip.net/ continua lá, até eu resolver o que faço com os textos postados, aqui a idéia continua a mesma, lamentos blues, algumas vomitadas e por vezes a tentativa de criar algo próximo da literatura. Fica com esses trechos de algo que escrevi essa noite, ainda num sei se pode virar algo de verdade, se for o caso vai ter o nome desse blog.

1
- Cê disse que tinha parado com a bebida – ela falou olhando triste pros meus olhos vermelhos, os seus tavam molhados.
- Eu num sou nenhum bêbado. – respondi sem conseguir me convencer se devia fixar-me na figura da direita ou da esquerda.
- Cê tá bêbado.
- Só hoje.
- Sei...
- Sabe? Então tá tudo certo, bebe comigo.
- Cê sabe que eu num bebo.
- Eu te amo.
- Isso eu sei, só tá faltando amar a si mesmo.
- Porra, vai ficar citando Sócrates agora?
- Que Sócrates?
- O escritor.
- Sócrates não escreveu nada.
- Só, mas o discípulo dele, o Spinoza, escrevia as merdas que ele costumava falar, entre elas esse negócio de “Brother, ame a ti mesmo.”
- Cê deve tá se referindo ao Platão, e a frase não é essa, “ame”, e sim “conheça”.
- Pode crê, então cê tá citando a Bíblia.
- O que eu tô querendo dizer é que cê tinha que se valorizar mais, cuidar um pouco mais de você.
- Eu sou um bêbado. Às vezes fico pensando, como cê me aguenta?
- Eu te amo... mas desse jeito não dá mais.
Depois do fogo, as cinzas. Era a mulher da minha vida. A minha vida de bosta. Sempre perdendo.
- Pára de chorar. Pára! – gritou entre meus soluços e saiu em direção a rua.
Isso é tudo que eu me lembro.

2
Acordei sem saber direito quem era “eu mesmo”, a imagem refletida no espelho não dizia nada. Vomitei, um jato cheio de pressão, bateu e voltou na minha cara de idiota, vomitei de novo, dessa vez na pia imunda, um vômito sem vida. Sentei na privada e esperei pela morte. Não tive essa sorte, ela não veio.

3
Não sei exatamente quando tudo começou, não me lembro, mas tenho alguns palpites...

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