...espera de mim,
coisas que só um cão pode dar.
Diz que já faço
parte de alguma coisa dentro dela.
Mas me confunde com
meus versos, vira as costas e num liga mais. Ela me acha um filho da puta e se
recusa a lamber minhas feridas, conhecer minha progenitora. Me acusa: VOCÊ SÓ
QUER ME COMER! O que não é verdade. Gosto de dois ou três discos seus e daquele
exemplar em capa de luxo do Marques de Sade. É uma menina bacana. Dá a bunda se
for por amor, mas acha meus versos sujos. Quer ser mulher, quer ser livre.
Repudia meus palavrões, mas usa minha escova de dentes. Não transa drogas, só
enche a cara, de leve, socialmente. O problema é comigo. Quer carinho, arranha
e pede tapas. O problema é a cobrança toda. As expectativas que vou frustrando,
a mágoa que virá depois. Ela, inocente que só, desfila de calcinha e frita um
ovo. Dança num strip casual ao som do
meu blues. Me oferece aos seus demônios. Faz promessas que nunca vai cumprir.
“O
inferno são os outros”.
Sei que é estranho
eu vestir as calças e cair fora no meio da noite, enquanto ela dorme. Mas...
não me entenda mal, gosto da sua companhia. Eu só não posso ser seu dog de estimação.
Do mais, gosto de estar dentro dela.
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