domingo, 5 de abril de 2015


Foi em 2008 que publiquei meu primeiro livro. Lembro da ansiedade toda, essa sensação de tá fazendo algo grande. Os amigos por perto. A coisa toda. De lá pra cá as coisas foram simplesmente acontecendo. Tranquilas. Quer dizer, a ansiedade toda, a sensação de tá fazendo algo grande, havia dado lugar a algo comum, rotineiro. Criei o selo BAR editora e aprendi (toscamente) todas as etapas de produção de um livro. Segui editando meus trabalhos, inventando festas malucas de Lançamentos onde eu pudesse tomar umas cervejas com os amigos. Sem ansiedade alguma, sem qualquer pretensão de ser ou fazer algo grande. Assim, sete anos se passaram.

E agora tô com esse trampo novo. É o meu décimo livro. E a edição não vai ser da BAR editora. Vai sair pela Editora Kazuá. Então, eu queria agradecer ao pessoal todo, que leu meu livro e tá apostando nele, e ouviu minhas opiniões desde a primeira conversa até o dia em que o arquivo foi pra gráfica. Quero agradecer também a Raquel Wohnrath que revisou o livro com o mó cuidado e todo talento que ela tem pra coisa. Hoje é aniversário dela, daí eu aproveito pra dizer parabéns e constrangido (por estar em público) que amo essa garota. Agradeço o Marcelo Bonilha que fez essa ilustração fudida pra capa. Fez exatamente como eu imaginava quando pedi pra ele. E foi ele quem fez a do meu livro anterior o “Num dá pra apagar os riscos dum disco furado” e eu ainda tô devendo uma grana pra ele por isso. Mas ele sabe que uma hora isso vai acontecer. Quero agradecer o Diego Moraes, poeta fodão que escreveu a orelha sobre o livro. E ele também tá lançando trampo novo, o cara é foda. Agradeço o Bruno Goularte (Bruno Bandido) que escreveu o prefácio (escreveu o do Diego também e do meu primeiro romance, o “Gatos no cio não pedem perdão”). O Bandido saca o meu trampo, acho que é um dos caras que mais saca, porque o que ele escreve é certeiro, é sobre aquelas coisas que só quem lê e se identifica consegue sacar. Agradeço o Ubirathan Do Brasil, meu parceiro e cúmplice, poeta maluco que escreveu a orelha “sobre o autor”, não tinha como ser outra pessoa. O texto de contracapa é da Fernanda Ribeiro de Lima (Fernanda D'Umbra). Queria que ela soubesse o quanto eu sou honrado por ter um texto dela no livro. Por numa noite aqui em Rio Preto ela ter dito “Vamo, lançar seus livro em São Paulo”. E agora eu tô indo pra lá. Daí quero agradecer o Mário Bortolotto que por sua literatura e música é o cara que mais me influenciou (digo sem a menor vergonha). Eu era só um estudante de História desiludido, um carinha no interior do Mato Grosso do Sul escrevendo poesia sobre a revolução. Daí entro num grupo de teatro da universidade que aPaula Zahirah dirigia e ela tá montando o “Fuck you baby” do Mário. Foi foda. A gente até conseguiu levar ele pra lá um ano depois pra trocar uma ideia sobre teatro, literatura, cinema e tudo o que ele faz. Lembro quando caiu na minha mão o “Bagana na chuva”. Foi nesse momento que eu pensei “Pô, é isso que eu quero fazer”. Quero agradecer o Mário, porque tô indo lançar o livro lá no espaço que ele mantém junto com outros Brothers, que é o Teatro Cemitério de Automóveis, e o Tarcisio Buenaso que é o dono da Livraria Buenas Bookstore. que fica no teatro. E o Fabio Brum que todas as vezes que a gente se trombou, falou “Cê tem que vir pra São Paulo, caralho”. Tô indo, pô!

Também quero agradecer meus pais, Irene Felix e Osmar da Costa. Por terem entendido quando eu larguei faculdade e emprego e resolvi que ia fazer as coisas do meu jeito.

Sei lá. Parece que tô sentindo aquelas coisas de novo. A ansiedade toda, a sensação de que tô fazendo algo grande. Talvez por isso tô lembrando dessas coisas agora. Talvez porque tá chovendo lá fora e eu percebo que nunca acreditei em fazer as coisas de outro jeito.

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