quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A menina da lanchonete II

...é, eu gosto dessa menina. Cheguei a essa conclusão e mais, nunca vou perguntar seu nome. Não quero saber. Prefiro pensar que talvez seja Carol, Camila, Jéssica... Esses nomes que me fazem pensar em colegiais dentro de jeans estrategicamente rasgados em lugares que acabam com os meus dias. Almas extasiadas transbordando de uniformes brancos, chicles e clichês, sorrisos satânicos que me fazem um bosta com essa sensação de barrado na porta, expulso do bar. Ela caminha de modo a me ofender a alma. Solta os cabelos pra depois prendê-los novamente – e essa sensação de ex-presidiário, ex-escravo, ex-amigo – sua nuca é qualquer coisa sagrada excomungando-me de possíveis paraísos, limbos, purgatórios e afins... sua nuca é algo além do bem e do mal, além de Nietszche. Por Deus, sua nuca é algo que devia ser mantido em sigilo, guardada ao lado de troços nucleares. Essa sensação de que morrer não dói e ela se vira, me encara, quase sorri, vem anotar o meu pedido. Meu mundo em cacos.

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