... pode crê, às vezes amanhece chovendo. Umas roupas sujas na mochila, um livro de poemas, umas doses de conhaque e aquela foto entre as páginas. Os fósforos encharcados no bolso.
Não fazia idéia de que lado devia seguir, apenas uma certeza: parar no bar mais próximo. Uma chuva fria filha da puta, pra combinar com minha carcaça blues, meus olhos vermelhos, pulmão congestionado, estômago vazio, meu rabo chutado.
Começou depois do fim. Nada de novo, só o vento frio depois da chuva e quinze doses, o coração batendo bobo, o solo dum sax invisível solando o peito, avenidas em zig-zag. Do meio-fio escorre água.
Minha cara de panaca. Meus livros encaixotados, mágoa, rancor, o pôster que ficou na parede, minha alma fritando no inferno. Uma foto na lixeira.
Começou, era o fim. Insônia. De volta as ruas cheio da velha mágoa, camaradagens que beiram a falsidade, olhares que não se cruzam na noite. Paixões a primeira vista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário