Essas
coisas malucas que me pego fazendo
sei lá
se pra afastar o tédio
ou por
alguma insanidade mental
provavelmente
é só por que bêbado e
sozinho
demais
Coisas
como dar jabs certeiros
na
cara de adversários invisíveis
no
meio da sala
pego
meu violão sem duas cordas
e fico
brincando
de
Jimi Hendrix
Ou
quando digito na velha máquina de escrever
cartas
endereçadas a você, que sei:
jamais
te enviarei
tenho
uma coleção delas
As
histórias que invento
não
escrevo, nem conto pra ninguém
simplesmente
acredito nelas
Esses
dias,
me
apaixonei por uma operadora de caixa
no
supermercado às sete da manhã
era
uma gordinha de vesgos olhos tristes
me
apaixonei pela tristeza daqueles olhos tortos
Numa
das cartas,
burguesamente
te acusei de egoísmo
noutras
tantas te mandei enfiar a amizade no cu
sei
lá, fico pensando agora
que
nessas horas você é o adversário imaginário
a quem
eu jabeio
Eu te
amo
aquele
riffzinho matador de Voodoo Child
num para
de solar na minha cabeça
O amor enlouquece
DO LIVRO: NUM DÁ PRA APAGAR OS RISCOS DUM DISCO FURADO - BAR EDITORA (SEGUNDA EDIÇÃO LOGO MAIS)
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